SANTO DE CASA

É o projeto que chega para apresentar à população a arte sacra, tendo como base as “Paulistinhas”, despertando o estudo dessa mini escultura tão característica do interior paulista e que ao longo do tempo foi se tornando rara.

Trata-se de exposição monitorada do artista plástico e santeiro Alexandre Morais, o Xandi, estudioso das “Paulistinhas”, seguido de oficina de modelagem em argila, o qual julgamos contribuir para a formação de público apreciador, difusor e preservador do gênero.

A proposta tem como fundamento ir às comunidades rurais de 10 (dez) cidades escolhidas na região do Vale do Paraíba, nas quais as atividades e aparelhos culturais têm dificuldade de chegar, onde a matéria-prima seja encontrada com certa facilidade, que a faixa etária do público alvo seja ampla e o produto possa se tornar fonte de renda familiar.

Iniciaremos com exposição das obras inéditas de santaria  do mestre oficineiro em aparelho local cedido: igreja, centro comunitário, quadra poliesportiva, escola ou espaço ao ar livre, durante todo o dia da atividade, com explanação do artista sobre a temática “Paulistinha”, contexto histórico, origens e características, seguida de oficina imersiva de modelagem em argila com introdução à arte sacra.

Importante ressaltar que os alunos das oficinas poderão modelar livremente a imagem de devoção, não necessariamente imagens sacras católicas, promovendo assim uma interação inter-religiosa. Daí o título “Santo de Casa”, por se tratar da imagem devocional de cada um, respeitando-se as características da “Paulistinha”, que é ter de 15 a 20 centímetros, traços simples, pouca cor ou ao natural, podendo ser crua ou queimada.

No final do período ocorrerá a 1º exposição dos trabalhos – fruto da oficina comunitária – por 7dias, tempo necessário para maturação, secagem das obras e visitação.

A iniciativa tem o intuito de reacender e fomentar a produção de arte sacra Paulistinha no Vale do Paraíba, não só como resgate cultural, mas como instrumento de economia criativa, em uma região crescente em turismo rural, cultural e religioso.  Revelar talentos e criar um circuito de eventos que valorize a arte sacra no interior do estado de São Paulo. Formar expositores e público para exposições. Gerar renda a partir da arte em barro através da venda de imagens sacras naif em feiras e pontos de artesanato nas suas cidades. Reafirmar a identidade cultural do interior do estado, preservando o gênero Paulistinha. Permitir o intercâmbio entre mestres e produtores das artes visuais, na região ruralista valeparaibana.

A ideia foi contemplada com o incentivo do ProaC Expresso 2019,  programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo, que permitirá realizarmos essa imersão artística de resgate, contemplando as cidades de São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal, Caçapava, Redenção da Serra, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga , Lagoinha, Roseira, Pindamonhangaba e Taubaté, na  região metropolitana do Vale do Paraíba.

Venha modelar “Paulistinhas “conosco e participe da sua primeira exposição pública como artista.

(Texto Cláudia Melo com colaboração de André Ferreira)

Paulistinhas o que são?

Refere-se a um tipo de imaginária sacra em barro, característico da produção popular de São Paulo entre os séculos XVIII e XIX. As estatuetas tem entre 15 e 20 centímetros, e antigamente eram queimadas à lenha.

A sua beleza e significação estão basicamente nos traços simples, sem muita cor, ocas por dentro, tipicamente feita pelos pobres que não podiam comprar as imagens europeias que adentravam o Brasil no período da colonização.

No Vale do Paraíba, foram transportadas para todo lado em jacás e balaios, entre casas e casebres, no lar de pessoas que não tinham acesso as igrejas e os palacetes dos barões cafeicultores. Essas peças não nasceram com esse nome, a denominação veio de colecionadores de arte sacra e antiquaristas

Embora haja forte influência da imaginária lusitana, as paulistinhas nasceram em Mogi das Cruzes e, transportadas pela serra, fizeram morada na região valeparaibana, onde os caboclos depositavam a sua fé e encontravam forças para enfrentar o dia a dia.

Não se tem notícias da produção de paulistinhas além das divisas do estado de São Paulo, tendo se como grande difusor os viajantes que acompanhavam a marcha das lavouras de café.

Com o passar dos anos, essas imagens de característica naif esculpidas à mão, foram dando lugar a santos de gesso produzidos em escala comercial. Os santeiros são tão raros quanto às peças, o que torna o projeto “Santo de Casa” desafiador.

A Parceria

O SANTO DE CASA foi concebido de uma parceria entre a TV Cidade, emissora comunitária alocada no canal 3 da NET Claro em Taubaté, e o projeto cultural Kilometrarte, que consiste em um veículo Kombi, que leva a bordo arte e cultura a todos os lugares do estado.

Essa união se deu quando o plano de retomar a arte sacra paulistinha no Vale do Paraíba, era só um rascunho. Pensando de que forma atingiríamos o público alvo, vimos a necessidade de levar o aparelho cultural até as pessoas e não trazê-las até o projeto.  Foi aí que se juntou à trupe, o arte-educador Luiz Cláudio Daniel, criador do Kilometrarte.

Agora, o SANTO DE CASA viaja pelo Vale afora, transportando conhecimento, arte, cultura, educação, cidadania, história e ludicismo. Promovendo difusão, inclusão, interatividade, o diálogo entre gerações, religiões, gêneros e povos. Estimulando a preservação de memória e a economia criativa.

ALEXANDRE DE MORAIS

A Equipe

Alexandre de Morais Almeida, o Xandi, é artista plástico e artesão. Graduado em Artes pela Universidade de Taubaté, com licenciatura plena em Educação Artística, habilitação em artes visuais. É técnico em Artes Plásticas e cartunista, habilitado pela Escola Maestro Fêgo Camargo. Integrante e fundador do grupo ‘Arte Raiz’, de 2003 até 2012.

Como monitor de artes na Prefeitura de Taubaté-SP, trabalhou com cursos profissionalizantes em serigrafia e xilogravura. Participou de vários salões de artes pela região. Em 2016 ajudou a formar o grupo de artistas chamado ‘Grupo dos 10’, onde se iniciou o Projeto Praça Viva, que existe até hoje. Promoveu workshops de desenhos estilo mangá e modelagem em biscuit no SESC em 2016, 2017 e 2018.

 Atualmente faz oficinas de cerâmica pela Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de Taubaté, com tema “Santos Paulistinhas”, desenho em lápis de cor, pintura e xilogravura. Trabalha com histórias em quadrinhos na web e zines independentes, mídias visuais pela web art, com algumas apresentações de desenho pelo Youtube. Como cartunista faz caricaturas ao vivo e quadros para assinaturas em eventos sociais.

Em 2020 irá ministrar oficinas de modelagem no projeto “Santo de Casa” realizado com incentivo do PROAC (Programa de Ação Cultural), do estado de São Paulo, atuando em bairros rurais de dez cidades do interior de São Paulo.

E-mail |instagram – alexandre_ma8@hotmail.com – alexandredemoraisalmeida

Cláudia Mello é Jornalista MTB:  51.238 – SP, produtora de audiovisual ANCINE 25.791 – SP, documentarista, roteirista, pesquisadora, cinegrafista, produtora, formada pela FIRJAN – no Centro Técnico de Audiovisual – CTAV do Rio de Janeiro (antiga EMBRAFILME), curadora

Instrutora de oficina na Fundação Cultural Benedicto Siqueira e Silva – Paraibuna – SP.  Nas áreas de cinema, audiovisual e fotografia. 2020.

Parecerista do PROAC Expresso 2019, SEC/SP, parecerista selecionada para projetos 2020 na Fundação Cultural de Itajaí – SC

Direção e curadoria no “Projeto Santo de Casa”

Com 15 anos começou atuar na imprensa local de Cruzeiro (cidade natal), trabalhou em jornais, rádio, revista, e assessoria de imprensa por mais de 20 anos.  Foi colaboradora em TV educativa de sinal aberto e junto com Mário Jéfferson, fundou a TV Cidade em Taubaté em 2002.

Ao longo da carreira, junto ao projeto teve alguns trabalhos premiados como:

“Minha infância, tantas histórias” Vol. 1,2,3,4,5,6 – Radio-documentário. Tema: raízes culturais do Vale do Paraíba – PRÊMIO ROQUETE PINTO.

“Chagas Abertas” – Pinheirinho: Feridas que não cicatrizam – Documentário Jornalístico. Tema: Situação dos moradores do Pinheirinho em São José dos Campos, 18 meses após desocupação.  FONTE DE DEFESA DE TESE DE DOUTORADO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ E OBJETO DE PEÇA PROCESSUAL.

“Vale Saber do Vale” – Documentário de Oralidades das manifestações culturais de raiz do Vale do Paraíba. PRÊMIO CULTURAS POPULARES – EDIÇÃO SELMA DO CÔCO – MinC 2018.

‘Resgatando raízes e almas” – Documentário Historiográfico/Jornalístico. Tema: Levante da Ilha Anchieta e os Filhos da Ilha. ÍTEM DO ACERVO DO NAVIO DE PESQUISAS DA NATIONAL GEOGRAFIC.

“Teia Cultural Nacional” – Documentário/Jornalístico. Tema Diversidade Cultural Brasileira.  PONTÃO DE CULTURA DO GOV. FEDERAL

“Escola de Mídia Comunitária” – Coordenação das oficinas de audiovisual para adolescentes – PONTO DE CULTURA DO Gov. Estadual.

“Mercado Municipal – Um coração que pulsa forte por Taubaté” – Documentário Historiográfico. Tema: Mercado Municipal de Taubaté.

“O Guardião da História” – Documentário Biográfico. Tema: Prof. Paulo Camilher Florençano.

“Uma vida pela arte” – Documentário Biográfico. Tema: Mestre Justino.

                      “Associação Banda Musical do Quiririm – Tema: Vídeo Institucional da BAMUQUI.

“Homenagem ao Divino Espírito Santo” – Produção do DVD Musical do violeiro Pedrinho Sertanejo.

“Palavra Cantada” –Produção do DVD Musical de Pedro Malheiros, entre outros.

Apoio: